Desertificação e reformados
em destaque na volta pelo Baixo Alentejo

Fazer do voto <br>uma afirmação de vida

O aban­dono do in­te­rior e a de­gra­dação das con­di­ções de vida dos re­for­mados es­ti­veram em des­taque no pé­riplo que Je­ró­nimo de Sousa efec­tuou, quinta-feira, 27, por Beja, Moura e Serpa (ver caixa).

A 4 de Ou­tubro «cas­ti­guem quem vos cas­tigou», apelou Je­ró­nimo de Sousa

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A jor­nada de cam­panha pelo Baixo Alen­tejo ini­ciou-se com um al­moço nos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Beja. Num pa­vi­lhão lo­tado mai­o­ri­ta­ri­a­mente por re­for­mados, o Se­cre­tário-geral do PCP de­sa­fiou-os a votar olhando para as suas vidas «in­fer­ni­zadas» por uma po­lí­tica que impôs «re­tro­cessos ci­vi­li­za­ci­o­nais e cons­ti­tu­ci­o­nais», re­alçou, dando como exem­plos a prá­tica de um Go­verno que «rasgou» prin­cí­pios e di­reitos como o de acesso à saúde ou à pro­tecção so­cial. Vidas, acres­centou, que se cruzam com as de fi­lhos e netos a quem mi­lhares de pen­si­o­nistas e idosos têm hoje de acudir, la­mentou ainda.

Fruto de su­ces­sivos cortes apli­cados pelo exe­cu­tivo PSD/​CDS nos ren­di­mentos da mai­oria dos re­for­mados, estes vêem-se, fre­quen­te­mente, cons­tran­gidos a optar entre «co­locar co­mida na mesa» ou ir a uma con­sulta, pagar um exame ou o trans­porte [para o mé­dico], de­nun­ciou ainda Je­ró­nimo de Sousa. Daí, pros­se­guiu, ser de cru­cial im­por­tância que a 4 de Ou­tubro os re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos usem o ins­tru­mento que têm à mão – o voto –, «cas­ti­guem quem vos cas­tigou», jul­guem os res­pon­sá­veis pela de­gra­dação das suas con­di­ções de vida e afirmem o seu di­reito e o das novas ge­ra­ções a viver com dig­ni­dade

«Seria um voto contra os vossos in­te­resses» con­fi­arem quer no PSD/​CDS quer no PS. Isto, jus­ti­ficou o di­ri­gente co­mu­nista, porque se uns pre­tendem cortar mais 600 mi­lhões de euros nas re­formas e pen­sões (a co­li­gação Passos/​Portas, outro (o PS) propõe-se con­gelar as re­formas por mais quatro anos e cortar nos apoios so­ciais.

Je­ró­nimo de Sousa apro­veitou também a opor­tu­ni­dade para de­nun­ciar que o PS es­conde que o anun­ciado ob­jec­tivo de baixar a TSU para os tra­ba­lha­dores terá como efeito a re­dução dos des­contos para a Se­gu­rança So­cial, tra­du­zindo-se em «re­formas mais baixas no fu­turo». Por isso, o Se­cre­tário-Geral do PCP de­fendeu que a vi­ta­li­dade da Se­gu­rança So­cial uni­versal e so­li­dária deve as­sentar na cri­ação de mais em­prego e na aposta de­ci­siva na pro­dução e no apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal. «E se isso não chegar, então é pre­ciso ir buscar o di­nheiro onde ele está: às em­presas com lu­cros fa­bu­losos», sa­li­entou.

A ter­minar, Je­ró­nimo de Sousa apelou aos re­for­mados para que ex­pressem «com o seu voto uma men­sagem de con­fi­ança e es­pe­rança», que afirmem que «não estão mortos» e que contam na luta «por um Por­tugal com fu­turo».

Me­re­cemos eleger dois de­pu­tados

Antes de Je­ró­nimo de Sousa, in­ter­veio no al­moço em Beja o ca­beça-de-lista do PCP-PEV por aquele dis­trito, que su­bli­nhou o que ver­da­dei­ra­mente está em causa a 4 de Ou­tubro: a eleição de de­pu­tados que de­fendam os in­te­resses de quem tra­balha e o pro­gresso so­cial e eco­nó­mico. João Ramos in­sistiu no tema ao final da tarde num en­contro com a po­pu­lação em Moura, no qual vol­taram a marcar pre­sença can­di­datos da CDU e di­ri­gentes lo­cais e na­ci­o­nais do PCP e do PEV.

A abrir os dis­cursos, o pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Moura, San­tiago Ma­cias, des­tacou o re­co­nhe­ci­mento da CDU como a força mais co­e­rente na aná­lise e nas so­lu­ções para Por­tugal, exem­pli­fi­cando com as pro­postas de sempre sobre a re­ne­go­ci­ação da dí­vida, as con­sequên­cias da moeda única para o nosso povo e para o nosso País, ou re­la­ti­va­mente à ne­ces­si­dade de pôr Por­tugal a pro­duzir. «Hoje muitos dizem: “afinal ti­nham razão”», lem­brou.

Já o ca­beça-de-lista da CDU, João Ramos, re­alçou a luta po­pular di­na­mi­zada pelo PCP-PEV contra os en­cer­ra­mentos e pela ma­nu­tenção dos ser­viços pú­blicos, pela re­qua­li­fi­cação da rede viária re­gi­onal ou pelo di­reito dos ren­deiros da Her­dade dos Ma­chados tra­ba­lharem a terra. Di­nâ­mica, as­si­nalou, que se tra­duziu em pro­postas con­cretas apre­sen­tadas no par­la­mento.

Jus­ti­fica-se, por isso, que «são pre­cisos no dis­trito mais de­pu­tados que de­fendam a po­pu­lação», eleitos da única força po­lí­tica que «apre­senta so­lu­ções e um pen­sa­mento es­tra­té­gico para o de­sen­vol­vi­mento da re­gião», con­si­derou ainda o de­pu­tado e pri­meiro can­di­dato pelo cír­culo elei­toral de Beja.

Em Moura, coube a Je­ró­nimo de Sousa en­cerrar a ini­ci­a­tiva com pa­la­vras sin­ceras de va­lo­ri­zação da in­ter­venção da CDU e do de­pu­tado e can­di­dato a um novo man­dato, João Ramos, con­cluindo que «se o tra­balho re­a­li­zado fosse a me­dida, então aqui me­re­cíamos eleger dois de­pu­tados».

Cen­tenas re­cebem Je­ró­nimo de Sousa em Serpa
A po­lí­tica de di­reita nunca dará bons frutos

O pé­riplo de Je­ró­nimo de Sousa pelo Baixo Alen­tejo ter­minou em Serpa com um jantar de sala cheia no parque de ex­po­si­ções. O Cante Alen­te­jano que ecoou no palco de­pois da re­feição, abriu o ape­tite aos dis­cursos, ini­ci­al­mente cen­trados na de­mar­cação da CDU face às de­mais forças po­lí­ticas.

«Temos um de­pu­tado que fez [na As­sem­bleia da Re­pú­blica] o triplo do tra­balho dos de­pu­tados eleitos nas listas do PS e do PSD», afirmou Tomé Pires, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Serpa que apre­sentou e chamou para a mesa do co­mício di­ri­gentes lo­cais e na­ci­o­nais do PCP e do PEV e al­guns can­di­datos da CDU pelo cír­culo elei­toral de Beja.

A as­si­nalar a di­fe­rença está, igual­mente, o facto de os eleitos, ac­ti­vistas e apoi­antes co­mu­nistas e eco­lo­gistas es­tarem em con­tacto di­recto com as po­pu­la­ções «du­rante todo o man­dato e não apenas quando chegam as elei­ções», notou, pos­te­ri­or­mente, He­loísa Apo­lónia, de­pu­tada e can­di­data do PCP-PEV que se di­rigiu aos pre­sentes já de­pois da in­ter­venção de João Ramos.

A con­cluir a ini­ci­a­tiva, Je­ró­nimo de Sousa acusou PSD/​CDS e PS de es­tarem «de­ses­pe­rados para salvar a po­lí­tica de di­reita e afirmou que esta «nunca dará bons frutos», como «uma fi­gueira brava, mesmo en­xer­tada de ma­ci­eira, nunca dará maçãs».

O Se­cre­tário-geral do PCP de­dicou o fun­da­mental da sua in­ter­venção à de­ser­ti­fi­cação e aban­dono do in­te­rior de Por­tugal. Pri­meiro, de­nun­ci­ando as «sis­te­má­ticas, in­sis­tentes, rei­te­radas pro­messas de com­bate às as­si­me­trias re­gi­o­nais», re­pe­tidas de «Trás-os-Montes ao Douro, à Beira ser­rana, ou aqui no Alen­tejo pro­fundo», con­tras­tando com a re­a­li­dade de «um brutal agra­va­mento das as­si­me­trias re­gi­o­nais».

«E de­pois vêm os es­tudos dizer que o in­te­rior do País está em ex­tinção, cada vez mais des­po­voado e en­ve­lhe­cido. Mas qual é o mis­tério?», ques­ti­onou, para logo em se­guida res­pon­sa­bi­lizar pela si­tu­ação «os par­tidos do “arco da de­ser­ti­fi­cação e da ruína” – PS, PSD e CDS».

Je­ró­nimo de Sousa de­fendeu que «a cor­recção das as­si­me­trias re­gi­o­nais exige um leque amplo de po­lí­ticas in­te­gradas e di­na­mi­zadas re­gi­o­nal­mente», assim como «or­ça­mentos do Es­tado e fundos co­mu­ni­tá­rios com forte dis­cri­mi­nação po­si­tiva dos ter­ri­tó­rios atin­gidos pela de­ser­ti­fi­cação». Mas ca­rece so­bre­tudo da cri­ação de «oferta de em­prego es­tável, bem re­mu­ne­rado e com di­reitos, e isso só com ou­tras po­lí­ticas eco­nó­micas, vi­radas para a ac­ti­vi­dade pro­du­tiva», re­clamou.

Aos re­for­mados, pen­si­o­nistas e idosos
a CDU propõe
:

  • Repor os ren­di­mentos rou­bados, novas re­gras de ac­tu­a­li­zação anual de todas as pen­sões, pa­ga­mento por in­teiro dos sub­sí­dios de fé­rias e Natal, re­vo­gação da con­tri­buição ex­tra­or­di­nária e alar­ga­mento do acesso ao com­ple­mento so­li­dário, à pensão de in­va­lidez e ve­lhice e à va­lo­ri­zação dos res­pec­tivos mon­tantes;

  • Re­vogar a sus­pensão de pa­ga­mento do com­ple­mento por de­pen­dência a quem tenha ren­di­mento su­pe­rior a 600 euros; criar uma rede pú­blica de equi­pa­mentos de apoio à ter­ceira idade dando es­pe­cial atenção às si­tu­a­ções de de­pen­dência e as­se­gu­rando a igual­dade de acesso aos idosos com menos re­cursos;

  • Re­forçar os ser­viços pú­blicos de saúde da rede de cui­dados pri­má­rios com mé­dicos e en­fer­meiros de fa­mília, ga­ran­tindo ser­viços de qua­li­dade e pro­xi­mi­dade in­te­grando as redes de cui­dados in­te­grados e pa­li­a­tivos;

  • Abolir as taxas mo­de­ra­doras e ga­rantir a me­di­cação dos do­entes cró­nicos;

  • Re­vogar a ac­tual lei de ar­ren­da­mento ur­bano, as­se­gurar o di­reito a uma ha­bi­tação con­digna, o acesso aos trans­portes pú­blicos e o des­conto de 50 por cento para mai­ores de 65 anos;

  • As­se­gurar o acesso gra­tuito a es­paços cul­tu­rais pú­blicos para mai­ores de 65 anos, adoptar pro­gramas de fo­mento de ac­ti­vi­dades cul­tu­rais e des­por­tivas e apoiar o as­so­ci­a­ti­vismo na de­fesa dos di­reitos dos re­for­mados e as suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas;

  • Pro­mover o cres­ci­mento eco­nó­mico, a pro­dução, o em­prego e me­lhorar os sa­lá­rios au­men­tando as re­ceitas da Se­gu­rança So­cial;

  • Eli­minar as isen­ções e re­du­ções da TSU res­pon­sá­veis pela sub­tracção de 500 mi­lhões de euros/​ano à Se­gu­rança So­cial, au­mentar a tri­bu­tação do ca­pital e de­sa­gravar a carga fiscal sobre os tra­ba­lha­dores e re­for­mados, ela­borar planos plu­ri­a­nuais de com­bate à evasão con­tri­bu­tiva, es­ti­mada numa perda de mais de dois mil mi­lhões de euros de­vidos à Se­gu­rança So­cial.



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